VOCÊ SE LEMBRA DO LATERAL CAPILÉ? Artigo de Serpa Di Lorenzo

VOCÊ SE LEMBRA DO LATERAL CAPILÉ?

Ele nasceu na belíssima e cultural cidade de Campina Grande – PB, precisamente no dia 25 de setembro do ano de 1960, foi por seus pais registrado com o nome de LENILSON COSTA DE MACEDO, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como o lateral esquerdo “CAPILÉ”.

Com apenas 13 anos de idade ele foi treinar no infantil do Treze Futebol Clube, jogando de meia esquerda no tradicional galinho. Com 15 anos foi para o juvenil do Campinense Clube, fazendo parte da forte equipe da raposinha. Ao completar 18 anos, CAPILÉ, que já era conhecido jogando futebol de salão em várias equipes da cidade, retornou para o Galo da Borborema e em seguida foi integrado ao respectivo departamento de futebol profissional. Era a realização de um sonho de infância.

Em sua curta passagem pelo futebol profissional, CAPILÉ foi pelos treinadores aproveitado na lateral esquerda, marcando no setor defensivo e tendo a obrigação de apoiar o meio de campo pelo lado esquerdo do gramado. Ocorre que, se a bola era uma conhecida sua, a música era mais ainda, pois pulsava em suas veias um ritmo próprio, peculiar, de compor e de cantar. Paralelamente aos treinos, concentração e jogos, aquele jovem participava de concursos, festivais e gravações musicais. Em pouco tempo ele ficou conhecido no Colégio Estadual da Prata, nos bares e na noite campinense.

Paulatinamente a torcida foi perdendo aquele promissor jogador de futebol profissional e ganhando um profissional da música que hoje muito nos orgulha; não só em cima puxando um trio elétrico como também na nossa tradicional festa junina, onde por anos seguidos abriu com o seu show os festejos juninos do Parque do Povo.

E quando foi no início da década de 80, o nosso lateral esquerdo, que marcava bem e apoiava com segurança, foi devidamente escalado e não compareceu para um jogo de final de semana, pois preferiu cantar em um festival de música. Na reapresentação de segunda-feira, ao comparecer ao histórico campo do Treze Futebol Clube, o PV, para treinar, CAPILÉ foi abordado pelo experiente supervisor José Santos. Ao colocar a mão nos ombros do atleta, José Santos, paternalmente, lhe disse: “Meu filho, esqueça o material de treino e vá embora atrás do seu microfone”! Daquela data em diante, o gramado do Amigão foi trocado pelo palco da praça do povo e por inúmeros trios elétricos em carnavais aqui e em alhures. Vieram os discos, as apresentações nas rádios e na televisão. Surgia um grande e completo músico. A Paraíba, que no passado mais distante perdeu o goleiro JACKSON, para o pandeiro, também perdeu o lateral esquerdo CAPILÉ, para o violão.

Conversando com o atleta/cantor/compositor recentemente, ele recordou aquela época com bastante nostalgia, sentimentalismo e muito sorriso; ao final lamentou muito a forma em que o departamento amador é tratado pelas equipes na atualidade. Não existem mais as revelações que tínhamos no passado, a famosa prata de casa.

Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos, ficou a certeza de que o senhor LENILSON COSTA DE MACEDO, o popular “CAPILÉ”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.