VOCÊ SE LEMBRA DO CRAQUE COCA-COLA? Por Serpa Di Lorenzo

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E DESPORTIVA CAUSOS E LENDAS DO NOSSO FUTEBOL.

VOCÊ SE LEMBRA DO CRAQUE COCA-COLA?

Natural da cidade de João Pessoa, ele nasceu no dia 15 de agosto do ano de 1942, foi registrado por seus pais com o nome de ABELARDO CESÁRIO DA SILVA, mas para o mundo da bola, aquele atleta de pequena estatura, franzino, de cor preta e bastante habilidoso ficou conhecido como o popular COCA-COLA.

COCA-COLA, foi um meia atacante bastante habilidoso que sabia servir aos companheiros e também marcava decisivos e bonitos gols. Surgiu na base do antigo Club Red Cross, extinta agremiação alvirrubra que existia em nossa capital e que revelou excelentes jogadores para o nosso futebol profissional.

Seu futebol bonito e objetivo logo chamou a atenção dos dirigentes do Botafogo Futebol Clube PB, equipe alvinegra que defendeu por duas temporadas no início da década de 60. Mais uma vez foi destaque e consequentemente foi contratado para integrar o então elenco vitorioso do Campinense Clube, onde jogou várias temporadas seguidas conquistando títulos com a camisa rubro-negra. Seu futebol vistoso fez parte dos antigos e saudosos estádios Plínio Lemos, Presidente Vargas, José Américo e Leonardo Vinagre da Silveira.

Em 1965, o Ferroviário Atlético Clube, da cidade de Fortaleza, equipe destaque naquele estado na década de 60, levou o nosso COCA-COLA para alegrar a vida dos cearenses nas saudosas tardes de domingo, em uma época em que o futebol brasileiro era jogado com arte, inteligência e sem ou pouco dinheiro. O paraibano em comento, jogou e foi ídolo do FAC de 1965 a 1973, ganhando a faixa de campeão estadual nos anos de 1968 e 1970. Foram 324 partidas com a camisa do Ferrim, marcando 71 gols e dando centenas de assistências para os seus companheiros converterem em gol. A torcida cearense nunca o esqueceu, principalmente os antigos e saudosistas tricolores do FAC – Ferroviário Atlético Clube. Em sua biografia ainda consta uma passagem como jogador em um clube de Portugal, onde voltou a ser chamado pelo nome de Abelardo. Também consta, em seu currículo, uma passagem como treinador no estado nordestino do Piauí.
Duas bonitas curiosidades existem na carreira do saudoso COCA-COLA, a primeira é o fato de ter sido treinador dos alunos – ele já era conhecido e respeitado – do Colégio Marista Pio X, como forma de complementar a sua renda mensal. A garotada ficava extasiada com a intimidade com que ele tratava a bola. A segunda curiosidade ocorreu em um jogo em Fortaleza, com o estádio lotado, quando o todo poderoso Santos Futebol Clube de Pelé e companhia, goleou o Ferroviário Atlético Clube, por cinco tentos a zero, em uma partida festiva da entrega das faixas. Surgiu uma bola entre o maior jogador de Futebol do planeta e o nosso COCA-COLA, que sem dispor de muito espaço e de tempo, não pensou duas vezes e aplicou um chapéu no Rei. O seu inusitado e bonito lance, rendeu, logo após e dentro do campo, os cumprimentos de sua majestade Pelé.

Quando foi no dia 07 de junho do ano de 1999, o nosso homenageado faleceu deixando um enorme legado para as novas gerações. Para nós, torcedores, cronistas e desportistas paraibanos, ficou a certeza de que o Sr. ABELARDO CESÁRIO DA SILVA, o popular COCA-COLA, escreveu o seu nome, com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.

SERPA DI LORENZO