O TORCEDOR – Nova coluna de Demétrius Faustino

O TORCEDOR

Demétrius Faustino

Neste início de ano, onde o nosso futebol ainda se encontra de férias, com exceção da realização da Copinha, resolvemos homenagear a sua maior força e arma irresistível: o torcedor.

É a torcida que salva ou liquida um time, pois mesmo sendo o craque que lida com a bola e a chuta, este personagem torcedor está por trás.
Em qualquer outro país, uma vitória de um time provoca uma justa euforia. Aqui, não. Aqui, a primeira providência do torcedor é humilhar e desmoralizar o adversário, no bom sentido, é claro. Fechem os olhos e imaginem um Flamengo X Vasco, e ai durma-se com um barulho desses!

Aliás, há torcedores, inclusive com força moral sobre o juiz, por força de uma voz poderosa de comando. Trata-se de alguma coisa mais forte do que ele.
Seria interessante se os grandes clubes brasileiros e os pequenos e médios também, homenageassem, valorizassem mais a sua torcida.
Quem não se lembra do Calouros do Ar, tradicional clube de Fortaleza e fundado por oficiais da Base Aérea? Pois bem. No ano de 2017, um torcedor de nome Francisco Alves de Moura, ao completar 100 anos de existência, foi homenageado pelo time.

Esse valor dado pelo clube cearense ao torcedor, é coisa rara, pois a maioria só se preocupa com os jogadores, esquecendo que o amor pelo futebol move o torcedor de diversas formas. Alguns fazem questão de ir em todos os jogos do seu time do coração, outros tem todos os produtos e camisas, etc.
Querem outro exemplo de torcedor? Nascido em 1955, o Francês Serge Vieilledent é mais um. Apelidado de “Zato” ele viajou mais de seis milhões de milhas e viu mais de dezesseis mil jogos em 34 anos.

Como diria Nelson Rodrigues, uma torcida não vale a pena pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas pela força do sentimento.
Querendo ou não, time e torcida completam-se numa integração definitiva, principalmente quando se trata por exemplo, de um clube como o Flamengo, onde Nelson Rodrigues dizia que “o adepto de qualquer outro clube recebe um gol, uma derrota, com uma tristeza maior ou menor, que não afeta as raízes do ser. O torcedor rubro-negro, não”.
Salve a torcida brasileira.
São José de Piranhas, Janeiro de 2020.