Você se lembra de Marquinhos? Artigo de Di Lorenzo Serpa

 

No dia 24 de abril de 1957, na arborizada cidade de João Pessoa, nasceu Marcos Batista da Silva, o popular “Marquinhos”, um dos maiores laterais esquerdos do norte\nordeste, que iniciou a sua brilhante carreira jogando no juvenil do Esporte Clube Cabo Branco na década de 70.
O nosso homenageado, que trouxe em seu DNA a classe e a facilidade de dominar a bola de seu finado pai Pedro Negrinho, artilheiro dos anos 50, foi treinado no time alvirrubro de Miramar pelo competente Berto, ex-companheiro de seu genitor no Botafogo-PB.
Em 1977 ele tentou se profissionalizar fazendo testes no Alecrim, no Auto Esporte e no Campinense e por incrível que pareça não foi aprovado em nenhuma dessas equipes, o que momentaneamente desiludiu o nosso craque. Todavia, em uma preliminar de um jogo do Botafogo, no Almeidão, o nosso lateral acabou com o time adversário, chamando a atenção dos dirigentes da Maravilha do Contorno que precisavam de um substituto para Fantick, recém transferido para o Comercial de Ribeirão Preto.
No início de 1978, já contratado pelo Belo, Marquinhos assumiu a titularidade da equipe e conquistou o título estadual. Em 1979 e 1980 ele disputou o campeonato brasileiro com bastante destaque naquele time que ficou conhecido como “O matador de Tricampeão”. A torcida do Flamengo e do Internacional sabe bem do que estou falando.
Aliás, a sua performance cresceu tanto que naquele período ele pegou a bola em sua intermediária e driblou meia dúzia de jogadores do Fluminense carioca, e como fazem os craques, concluiu a jogada balançando as redes tricolores, fazendo um gol que quando fecho os olhos, apesar dos anos passados, a minha mente ainda consegue reconstituir passo a passo.
Em junho de 1980, o Sport Clube Vitória adquiriu o seu passe, montou uma excelente equipe e conseguiu ser campeão depois de um grande jejum de títulos. Em 1984 ele foi emprestado ao Bangú do Rio de Janeiro, que estava formando um grande time e era presidido pelo folclórico bicheiro Castor de Andrade. Vários jogadores eram da seleção brasileira porém a classificação não veio no campeonato e ele retornou a Salvador.
Surgiu à oportunidade de jogar próximo de casa, então ele veio para o Clube Náutico Capibaribe para, junto de Mazaropi, Ademir Lobo e outros experientes e conhecidos jogadores conquistar o campeonato pernambucano, título que o time dos Aflitos não conquistava há quase dez anos.
Ele ainda jogou no Ipiranga, da Bahia, na Desportiva Confiança, de Sergipe, sendo por esse último campeão sergipano. Jogou no ASA de Arapiraca e no Capelense, ambos de Alagoas e com a camisa desse último foi campeão alagoano de 1989.
Marquinhos também alegrou a torcida do Campinense Clube na temporada de 1988\89 com seus passes e lançamentos decisivos e fatais ao ponto de causar a impressão que eram feitos com as mãos tamanha a precisão dos mesmos.
O mestre Aimoré Moreira, treinador que comandou o bicampeonato brasileiro no Chile, quando estava no comando técnico do Galícia da Bahia, assim se reportou na Revista Placar sobre Marquinhos: “Ele é um jogador extraordinário, o melhor da posição no Nordeste. Possui plenas chances de disputar uma vaga na Seleção”.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas ficou a certeza de que Marcos Batista da Silva, o popular “Marquinhos”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.

 

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