Por: Max Oliveira
Neymar escolheu ir para o PSG e embolsar mais algumas cifras para a sua já milionária conta bancária. Deixou para trás o Barcelona, a companhia dos principais jogadores do mundo e uma torcida que o venerava. Trocou o favoritismo de poder brigar por todos os títulos do futebol mundial para apostar em um projeto cercado de interrogações e muitas pressões.
Sim, a Paris de Neymar não será a cidade luz dos sonhos de um jovem milionário de apenas 25 anos.
Será a cidade de incalculáveis cobranças.
Encoberta, já no portão de entrada, por uma implacável crítica – que julga a escolha do jogador como interesseira, mercenária, como se a opção de ir para um lugar onde se pode ganhar maisdinheiro seja o pior dos pecados.
Os catalãs, sempre acostumados a receber o melhor do planeta – Romário, Rivaldo, Ronaldo Gaúcho e Ronaldo Fenômeno, por exemplo – entraram para o rol dos deuses do futebol depois de vestirem o manto azul e vermelho.
Então, como entender a decisão de quem tenta o mesmo feito, mas na direção contrária?
Talvez por isso fique fácil entender o ciúme, a tristeza, o sentimento de quem foi deixado para trás, evidenciado nas capas nada simpáticas ao brasileiro dos principais jornais da Espanha.
Teve quem estampou um “Até nunca mais”. No Brasil, as manchetes exploram mais o lado financeiro da escolha e esmiúçam para onde vai cada centavo da maior transação do futebol mundial.
Neymar escolheu Paris. Escolheu mais dinheiro. Escolheu também tentar elevar o patamar de um clube mediano da Europa para o de maior do mundo – esse é o projeto, essa é a missão.
Que, para dar certo, o craque sabe que terá de jogar ainda mais. Sabe que no final de cada jogo, de cada campeonato, o seu futebol terá de justificar cada centavo investido.
No final das contas, Neymar responderá todas as questões com seu futebol.
Porque com palavras ninguém ainda entendeu.