Ele nasceu e foi registrado como Sebastião do Socorro Araújo de Oliveira, na cidade de Manaus, estado do Amazonas, no dia 28 de setembro do ano de 1956, mas foi como Dentinho Guerreiro que aquele centroavante ficou conhecido no mundo da bola.
Já em 1975, mesmo aquele estado não possuindo tradição no futebol, e sim com predominância em uma cultura e folclore que envolve o índio, os rios, os animais e a floresta amazônica, Dentinho iniciou a sua vitoriosa carreira defendendo as cores do time do São Raimundo. Depois foi para o Rio Negro, Fast Clube e o Nacional, encerrando o seu ciclo nas terras do Boi Bumbá.
Enquanto o estado do Amazonas perdia o seu jovem atleta, o país ganhava um grande artilheiro, pois Dentinho Guerreiro tinha muita tinta e papel para escrever uma brilhante história pelos campos de futebol do Brasil e também do exterior.
É, muita gente não lembra, mas o nosso artilheiro honrou a nossa tradição no futebol, quando vestiu as camisas do Leon, do México, e do Cúcuta, da Colômbia, países que encantou com os seus gols cheios de garra e determinação.
Antes de descer para dar alegria aos torcedores daqui do Nordeste, Dentinho Guerreiro vestiu e suou a camisa da Portuguesa de Desportos, aonde foi ídolo, time de enormes tradições no nosso futebol e formador de atacantes do naipe de Leivinha e Enéas.
Mas foi na região nordestina aonde reinou o nosso artilheiro, que jogou no ABC, do Rio Grande do Norte; CSA, CRB, Comercial, Cruzeiro e CSE, todos de Alagoas; Confiança, de Sergipe; Bacabal, do Maranhão. Na Paraíba, Dentinho Guerreiro foi ídolo das torcidas do Auto Esporte e do Botafogo.
No clube do povo, comandou o ataque de um dos maiores times formado pelo Auto Esporte Clube, que culminou com a conquista brilhante do campeonato estadual de 1987. Quem assistiu aquele timão jogando sabe do que estou falando, onde Dagoberto, Isaías, Dentinho e outros craques, sob o comando do treinador Victor Hugo esmagavam os adversários.
Esteve na Maravilha do Contorno, nos anos de 1983, 84 e 1989, sempre como ídolo do clube. Em 1983, ele marcou 42 gols em uma mesma competição. Quem não se lembra daquela reportagem do Globo Esporte, na voz marcante de Léo Batista, perguntando quem era o maior goleador do país. O próprio e conceituado jornalista, depois de citar vários artilheiros do sul, respondia – Dentinho, do Botafogo da Paraíba. A torcida nunca esqueceu o seu nome e a sua vitoriosapassagem no clube.
Esse Guerreiro, ao encerrar a sua vitoriosa carreira, jogando em Bacabal, estado do Maranhão, resolveu ali fixar a sua residência e iniciar a sua profissão de formador de jovens atletas. Casado com Jane Wilma Araújo de Oliveira, ele possui 05 filhos. Um de seus filhos, Pedro Igor, já desponta como seguidor dos passos e dos gols do seu pai.
Agora, mesmo jogando e sendo destaque em vários times do país e do exterior, a identificação de Dentinho Guerreiro com o Botafogo da Paraíba foi muito grande, não só pelo fato de ter sido o artilheiro do Brasil, com a camisa do alvinegro da estrela vermelha, das amizades que conseguiu aqui no estado, onde esporadicamente visita com a família.
A identificação desse artilheiro com o clube, já veio desde o dia em que ele nasceu, pois Dentinho, como dito logo no início deste artigo, nasceu no dia 28 de setembro, data em que se comemora a fundação do Botafogo.
*Extraído do livro Causos & Lendas do Nosso futebol.