Artigo de Di Lorenzo Serpa homenageia Salvino

VOCÊ SE LEMBRA DE SALVINO?

No dia sete de novembro de 1955, na pequena cidade de Pau dos Ferros, estado do Rio Grande do Norte, nasceu o goleiro Salvino Damião Neto, o popular “Salvino” que viria a vestir e honrar várias camisas de nº 1 de clubes nordestinos.
Em 1975, o Botafogo Futebol Clube já estava há quatro anos sem conquistar o cobiçado título estadual, e passava por várias mudanças estruturais dentro e fora de campo. Naquele ano, os novos estádios seriam inaugurados, o Almeidão, em João Pessoa, e o Amigão, na cidade de Campina Grande. Conseqüentemente, a Paraíba iria disputar a competição nacional patrocinada pela antiga CBD e finalmente teríamos o merecido crescimento do nosso futebol.
De uma só vez, a diretoria do clube trouxe do Leão da Ilha do Retiro, com o seu tradicional e inseparável cachimbo, o técnico Pedrinho Rodrigues, os atletas Salvino, Nilton, João Carlos, Celso e Evandro, uma defesa completa; e Nelson e Luisinho, para o meio de campo. Esses jovens tinham estourado a idade no amador do Sport Club do Recife, e aqui se juntaram aos jogadores remanescentes do ano anterior.
Assim começava a vitoriosa carreira profissional do goleiro Salvino Damião Neto. Foi ele o goleiro do jogo inaugural do Estádio Almeidão, quando a equipe paraibana foi vencida pelo placar de dois tentos a zero. Na outra trave estava o grande Wendell, com as cores do Botafogo de Futebol e Regatas.
Salvino sagrou-se campeão paraibano naquele mesmo ano de 75, em um disputado e emocionado campeonato, onde a rivalidade entre as duas maiores cidades do Estado era latente e disputada palmo a palmo, do viaduto Damásio Franca ao Calçadão da famosa Rainha da Borborema; porém sem a nefasta violência de hoje.
Novamente Salvino foi bicampeão em 1976, com uma equipe que dava gosto assistir, pois a Paraíba tinha entrado no mercado profissional do futebol, o que abriu as portas para a vinda de excelentes jogadores já consagrados em outras regiões do país.
Em 1977 Salvino colocou em seus peitos a faixa de tricampeão paraibano, dividindo com outro grande goleiro, Pompéia, a missão de defender o gol da equipe. Em 1978 ele fechou, com chave de ouro, aquele ciclo conquistando o tetracampeonato paraibano.
Da mesma forma que brilhou nos gramados paraibanos, defendendo a meta de um clube que compartilhou o seu início profissional, na década de 80, já bastante experiente Salvino brilhou nos gramados cearenses, aonde conquistou quatro títulos estaduais, três pelo Fortaleza e um pelo Ceará; também jogou no Ferroviário local e defendeu a seleção cearense. Quando encerrou a sua carreira, embaixo dos três paus, o nosso homenageado assumiu a função de treinador de goleiros, repassando seus conhecimentos aos novos do tricolor do Pici.
E quando foi agora recente, precisamente no dia 28 de julho, tivemos a notícia de seu falecimento. Salvino Damião Neto foi convocado para reencontrar grandes parceiros de chuteira e gramado como os zagueiros Cidão e João Carlos, os atacantes Ary, Dadá, Jorge Demolidor e Anselmo e outros que já desencarnaram para um plano superior.
Para nós, torcedores, cronistas e desportistas ficou a certeza de que Salvino Damião Neto, o popular “Salvino”, escreveu o seu nome, com tintas douradas e perpétuas, na brilhante história do futebol paraibano.

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