Por Aderson Machado.
É um costume, por parte de muitas pessoas, se fazer homenagem de determinada personalidade, quando esta acaba de deixar o nosso convívio físico. Pois bem, fugindo um pouco dessa regra, prefiro fazer apologias de pessoas vivas, vamos dizer assim, a exemplo da que fiz sobre o reconhecido e longevo comentarista esportivo Ivan Bezerra de Albuquerque, ainda hoje em plena atividade. Neste texto, porém, escolhi um outro radialista esportivo, quasecom a mesma rodagem do nosso amigo Ivan. Trata-se do narrador esportivo Eudes Moacir Toscano, que milita na Rádio Tabajara de João Pessoa/PB, juntamente com o comentarista Ivan Bezerra. Faço crer que Eudes seja o mais antigo narrador esportivo, militando no rádio paraibano. É bom lembrar que não tive ainda a honra e o prazer de conhecer pessoalmente o meu homenageado de hoje. Contudo, conheço o seu trabalho desde os meus tempos de adolescente, quando morava na área rural do município de Areia/PB. Para ser mais preciso, comecei a ouvir as narrações de Eudes aí por volta do final da década de 60, através da Rádio Tabajara, uma das emissoras paraibanas mais ouvidas na minha região por essa época.
Devo dizer que Eudes teve passagens por outros prefixos, inclusive tendo passado por rádios da Rainha da Borborema, até chegar à capital paraibana, onde trabalhou na Rádio Arapuã, de ondemigrou para a Tabajara. Com efeito, foi nesta emissora que eu comecei a ouvir as transmissões esportivas de Eudes, como também de outros locutores esportivos que já nos deixaram, a exemplo de Ivan Tomáz e outros que tais. Com todo respeito aos locutores atuais, reputo Eudes como um locutor que tem um estilo todo peculiar e tradicional de transmitir futebol pelo rádio. Daí a importância de a Tabajara não prescindir de seu talento enquanto narrador de futebol. A turma da velha guarda, a exemplo deste escriba, agradece e fica feliz.
Por força da profissão, como Engenheiro Civil, em 1978 vim morar em Pernambuco, onde estou ainda hoje. E foi aqui onde acompanhei, pelo rádio, a épica vitória do meu Botafogo diante do todo-poderoso Flamengo, em pleno Maracanã. E não foi um jogo amistoso. Foi um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Salvo engano, esse jogo aconteceu no mês de março de 1980, e teve a narração vibrante e emocionante de Eudes Toscano!
Só a título de curiosidade, gostaria de dizer que eu nutria uma certa superstição em relação a Eudes Toscano, quando ele narrava os jogos envolvendo Botafogo e Treze, porquanto, via de regra, o Belo era derrotado pelo Galo da Borborema. Com certo tempo depois, soube que o narrador em apreço era torcedor do Treze. Faço crer, entretanto, que uma coisa não tinha nada a ver com outra. Apenas coincidências!
Além de narrador esportivo, o nosso Eudes Toscano também é um escritor, tendo publicado pelo menos dois livros. A propósito, tenho comigo o seu primeiro volume. Se não estou enganado, por certo tempo, Eudes escreveu uma coluna esportiva no jornal A UNIÃO, do qual tive a honra e o prazer de ter sido um colaborador.
Antes de concluir este texto, gostaria de deixar claro uma coisa: Se, pela segunda vez, estou fazendo uma apologia de profissionais ligados ao rádio, não é por mero acaso. É que sempre gostei de rádio, desde os tempos de criança, e sempre alimentava a esperança de um dia ser um locutor. Não o fui, nos meus tempos de estudante, porque não dava para conciliar as várias atividades, já que também exercia a profissão de professor. No entanto, já depois de formado, e trabalhando no Sertão de Pernambuco, tive, enfim, a oportunidade de pôr em prática os meus dotes de locutor. Com efeito, militei, no rádio pernambucano, durante 25 anos, deixando-o no ano de 2011. Hoje, entretanto, voltei a ser um ouvinte, e, através da Internet, não só escuto como vejo os programas esportivos de diversas rádios, com destaque, evidentemente, para a Rádio Tabajara, onde vejo o programa apresentado, às 13h, pelo meu homenageado de hoje, Eudes Toscano, a quem desejo muito sucesso, e que continue narrando futebol com a mesma maestria que lhe é peculiar!