VOCÊ SE LEMBRA DO ZAGUEIRO MARAJÓ?
No dia 27 de maio do longínquo ano de 1934, na então pacata e arborizada cidade de João Pessoa PB, ele nasceu e foi registrado por seus pais com o nome de ROSIVALDO NUNES DA COSTA, mas para o mundo da bola ele seria popularmente conhecido como o zagueiro MARAJÓ, defensor que não era adepto do chutão para o alto. Quem o viu atuando dentro das quatro linhas, fala com saudade da sua técnica, tranquilidade e visão de jogo, matando a bola no peito e servindo aos companheiros de equipe.
MARAJÓ jogava em equipes amadoras de nossa capital, quando na metade da década de 50 surgiu a oportunidade de integrar o elenco profissional do Botafogo Futebol Clube PB, time de seu coração e que o projetou para o cenário profissional. O nosso homenageado também teve a oportunidade de vestir e honrar a camisa alvinegra do Treze Futebol Clube da famosa Serra da Borborema. Mas foi no Botafogo Futebol Clube PB onde ele jogou uma década, alegrando o torcedor com o seu futebol vistoso, objetivo e de muita garra. Era uma época em que não se ganhava dinheiro e se jogava por amor nos saudosos estádios Leonardo Vinagre da Silveira, a Graça, em Cruz das Armas e o Estádio Olímpico José Américo de Almeida, o campo do Boi Só, onde hoje funciona uma Vila Olímpica no Bairro dos Estados.
Na realidade, segundo os torcedores que tiveram a oportunidade de vivenciar aquela época e vê-lo em campo, MARAJÓ era um zagueiro diferenciado e bem acima de seu tempo, que defendia com muito profissionalismo e liderança e quando possível e de forma responsável ajudava o ataque de sua equipe, inclusive marcando gols. Com o peso da idade e a responsabilidade profissional extracampo e familiar, o nosso homenageado resolveu pendurar as suas famosas e disputadas chuteiras no final da década de 60. No dia 08 de maio de 2015, com mais de 80 anos de idade, ele faleceu.
“Falar sobre o quarto zagueiro MARAJÓ é para mim um deslumbramento. Tão técnico e clássico ele era, que foi nele que me inspirei quando me tornei profissional de futebol. O fato de ter passado de zagueiro para volante, posição que me levou ao Santa Cruz pernambucano, deveu-se ao estilo de jogo do saudoso Marajó que eu imitava; contou Telino, volante. MARAJÓ era um craque, tudo que falarem dele ainda é pouco. Ele não dava chutão na bola, ao contrário, saía jogando com categoria e facilitava muito o jogo de quem jogava no meio de campo, falou Valdeci Santana, meio campista. MARAJÓ era clássico, me ensinou muito, ele era o melhor zagueiro da época, apesar da idade. Ele matava a bola no peito dentro da área e saía jogando. A gente tinha muita confiança nele, “recordou Zezito, lateral. Ainda joguei com ele no Botafogo, na Graça. Era muito bom, um craque ” , frisou Fernando, goleiro.
Para nós, torcedores, cronistas e desportistas paraibanos ficou a certeza de que o senhor ROSIVALDO NUNES DA COSTA, o popular “MARAJÓ” escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
SERPA DI LORENZO