THE END
Demétrius Faustino
Depois que a Justiça Eleitoral impôs um revés ao ex-juiz Sergio Moro, rejeitando a transferência de seu domicílio eleitoral de Curitiba para a capital paulista, o também ex-ministro passou a colecionar mais uma derrota no seu currículo.
Por maioria de votos, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo concluiu que Moro não conseguiu provar “vínculo” com a capital paulista, já que essa justiça especializada exige a comprovação de “vínculos políticos, econômicos, sociais ou familiares” pelo menos três meses antes da mudança. Entretanto, Sérgio Moro apresentou como prova documental, apenas recibos de hotel. Ou seja, o ex-herói nacional foi reduzido à condição de sem-teto eleitoral.
Ora, como magistrado que foi, deveria saber que não se pode deferir a concessão de um benefício sem que se prove minimamente a existência de um desses vínculos, circunstância que não ocorreu no seu caso.
Com esse novo fracasso, aumenta seu rol de derrotas, que se iniciou quando abandonou a magistratura para se juntar ao governo de Jair Bolsonaro.
Cremos que sua habilidade política se mostrou muito aquém da sua ambição pessoal. Aliás, sua trajetória mostra que a política não é para amadores.
Depois que seus superpoderes foram garfados, pois à frente da Lava-Jato, ele havia se deleitado com a condição de herói anticorrupção, o ex-juiz de piso que um dia sonhou ser ministro do Supremo Tribunal Federal perdeu respeito, caiu da rampa e foi esquecido por quem o bajulou.
Moro colaborou de maneira ativa com o impeachment de Dilma Rousseff e a eleição de Jair Bolsonaro. Tanto é verdade que no final de 2018, rasgou a fantasia e se juntou ao governo recém-eleito, e em pouco mais de um ano, ficou sem o cargo no governo. Foi a primeira de uma série de decisões desastradas, sem destreza, inábeis e desajustadas. Sem olvidar que posteriormente, seria declarado suspeito nas sentenças contra o ex-presidente Lula.
Em seu narcisismo congênito, o ex-juiz não percebeu que sua força não derivava de “sua pessoa”, como acreditou e fizeram-lhe acreditar seguramente, familiares e amigos mais próximos, onde na verdade seu poder sempre veio da toga, do cargo, em razão de estar e viver em um país de sociedade sem lapidação, e que viu nele o que ele em verdade nunca foi: juiz e herói!
Acreditou ser verdade, o pobre, a aleivosia em que o embalaram, a mídia e os aplausos de nossa rasa classe média.
Essa fama caiu por terra, acabou o “passado de glórias” e o esquecimento no futuro está prestes.
João Pessoa, junho de 2022.