MEMÓRIA DO BOTAFOGO PARAIBANO
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ESPEREI POR UM SÁBADO DE ALELUIA
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Faz 53 anos. Foi em fevereiro de 1966, num sábado de carnaval. Na decisão do Campeonato Paraibano, ainda de 1965, que tive a primeira decepção como torcedor. Eu, menino, fã de Nininho, Valdecy Santana e do velho Marajó. Fernando, goleiro, estava começando sua carreira, promovido do time juvenil pelo técnico Eurivaldo Guerra – Vavá – que estava desconfiado do goleiro titular da época.
O Botafogo, campeão do 1° turno, e o Campinense, campeão do 2° turno, decidiam o Campeonato Paraibano de 1965 numa série “melhor-de-três”. No primeiro jogo, no Estádio Plínio Lemos, em Campina Grande, o Campinense ganhou por 1×0. No segundo jogo, no Olímpico, em João Pessoa, empate de 0x0. Por sorteio, o 3° jogo da decisão foi no Olímpico, e caiu num sábado de carnaval. O juiz foi Wilson Lopes de Souza, um Carioca que era um espécie de árbitro FIFA dos dias de hoje. O presidente do Botafogo era Herder Henriques, pai do radialista Vinicius Henriques.
Mas eis que um tal de DEBINHA, ponta esquerda do Campinense, de fora da área, acertou um chute no ângulo, decretando o único gol daquela triste tarde de carnaval. Em pleno Olímpico o Campinense foi Hexa. E eu vi! Senti uma angústia profunda. Foi minha primeira decepção no futebol. Aquele jogo me marcou muito.
Hoje, 53 anos depois, eis que, num SÁBADO DE ALELUIA, no Almeidão, o BELO conquista, em cima do Campinense, o Campeonato mais importante de sua história, seu 31° título de Campeão Paraibano, seu 6° tricampeonato. Clayton vitimou a Raposa.
Agora meus ídolos são outros. Lula, Rogério, Marcos Aurélio, Clayton, Dico e o paredão Saulo se destacam num grande elenco. O técnico não é mais Vavá. Agora é o grande Evaristo Piza. O presidente do Botafogo é Sérgio Meira.
Nunca foi tão importante a conquista de um título de Campeão da Paraíba. Aguardei com ansiedade para dar a resposta a quem nos perseguiu recentemente.
Numa ação eminentemente política, anunciaram que seriam investigados os 10 Clubes da Paraíba. Mentiram. Queriam atingir o Governador do Estado, mas atingiram nosso Botafogo, nossos dirigentes. Vasculharam a intimidade de nossos dirigentes, de suas famílias, em plena madrugada. Nada acharam. Deixaram sequelas no nosso Clube, em nossos dirigentes. Foi uma maldade sem precedentes.
Mas não conseguiram parar a nossa marcha vitoriosa dos últimos anos. Vieram árbitros de todo o País, vieram juízes da CBF, da FIFA. Nossas vitórias ecoam em todos os gramados do Nordeste, e por várias partes do País. Nossos adversários continuam na perseguição. Tentam de tudo para impedir essa marcha vitoriosa.
Nunca foi tão importante ouvir o grito da torcida: É Campeão! TriCampeão! Demos a resposta, dentro de campo!
Esperei por um sábado, por um sábado de Aleluia!!!…
Por Raimundo Nóbrega