O NOME QUE CARREGAMOS
Demétrius Faustino
Era mais um dia quente na capital paraibana. No ar, o som dos carros e das buzinas se misturava. O céu de João Pessoa, azul como um mar invertido, observava curioso os passos de parlamentares adentrando na Assembleia Legislativa. Lá dentro, o clima era de decisão. Não que a capital precisasse de novos motivos para ser amada — suas praias, seu pôr do sol e sua história já faz esse papel há tempos. Mas, naquele dia (17.12.2024), decidia-se algo que mexia com a identidade dela: o nome.
João Pessoa, a cidade, não é só um lugar. É um pedaço da memória de um homem, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, que dedicou sua vida à política e à justiça. Seu nome, foi dado como forma de homenagear sua história. Mas, como toda boa história, essa também teve seus capítulos de incerteza.
Por meses, o burburinho percorreu as ruas, dos corredores da Assembleia aos bancos da praça Antenor Navarro. “Será que vão mudar o nome?”, perguntavam os curiosos. “Por quê?”, questionavam outros, sem entender bem o que estava em jogo. Havia quem defendesse que um novo nome traria novos ares, enquanto outros queriam manter a tradição, como se o nome da cidade fosse um laço invisível que nos prendesse à nossa história.
E então, na terça-feira, no encerramento das atividades legislativas, veio a decisão. Por unanimidade, a Proposta de Emenda Constitucional do deputado Hervazio Bezerra encerrou o debate. João Pessoa continua sendo João Pessoa, apesar das mudanças, dos ventos que trazem novas construções, novas vozes e novos sonhos. É como se a cidade respirasse aliviada, protegida por seus filhos que decidiram, juntos, manter vivo o legado de um nome.
De acordo com o deputado Hervazio Bezerra, a aprovação da emenda busca encerrar de forma definitiva as polêmicas e especulações sobre uma possível alteração do nome da capital. E declarou o parlamentar:
João Pessoa é mais do que um nome; é um símbolo da nossa história e da resistência política do nosso povo. Essa PEC garante a preservação dessa identidade para as futuras gerações,
Naquele instante, o passado e o presente apertaram as mãos. Não se tratava apenas de um nome, mas de uma identidade, de uma memória coletiva que pulsa em cada esquina, em cada calçada. João Pessoa continua sendo a cidade onde o sol nasce primeiro, onde o moderno e o histórico se encontram e onde as histórias do futuro sempre começam com o orgulho de ser chamada pelo mesmo nome.
E assim, sob o mesmo céu azul que tudo observava, João Pessoa permanece fiel a si mesma. Afinal, mudar o nome de uma cidade não é só mexer nas placas; é mexer com as memórias de um povo. E memória, bem sabemos, é coisa que a gente guarda com carinho — e com respeito.
Hervazio Bezerra merece todo o reconhecimento por sua sensibilidade e compromisso com a história e a identidade do povo paraibano. A Paraíba agradece por sua dedicação e por garantir que João Pessoa continue sendo um símbolo de resistência, história e orgulho para todos nós.
João Pessoa, dezembro de 2024.