LOUCURAS DE UM IMBROCHÁVEL – Confira o novo artigo de Demétrius Faustino

LOUCURAS DE UM IMBROCHÁVEL

Demétrius Faustino

Ocientista político e historiador brasileiro José Murilo de Carvalho, fez uma avaliação do peso da participação popular no nosso processo histórico eleitoral, tanto no que se refere as manifestações de rua quanto da ampliação cada vez maior do eleitorado. E arremata dizendo nessa apreciação, que não é o povo votante que mais influi em nossa história, mas o povo na rua.

Pois bem. Nesse quesito povo na rua, e trazendo esse tema para a realidade eleitoral atual, cremos que os dois candidatos à presidência nesse 2º turno, estão indo bem. Só que há uma enorme diferença entre LULA e BOLSONARO, senão vejamos:

O atual presidente acha que repetindo o que deu certo em 2018 está reeleito no pleito atual, esquecendo que, entre as duas eleições, ele governou o país expondo o que efetivamente nunca deixou de ser: um ser que se exime de responsabilidade; sem empatia; que sente repulsa, horror ou aversão a mulheres, e que não teve sucesso em suas promessas liberais na economia ou no combate à corrupção porque não eram verdadeiras. Sem esquecer que o inclinado candidato à reeleição demonstrou durante este primeiro mandato, incontrolável no que toca a sublevações extravagantes, indecorosas, que, se já chocavam quando era deputado federal do baixo clero, e, hoje, envergonha o país como em Nova York, onde subiu numa mesa de churrascaria para fazer um discurso eleitoral. Aliás, toda viagem ao exterior do presidente Bolsonaro, foi delineada para fazer imagens para a campanha eleitoral, porquanto ao invés de ter orgulho do privilégio de abrir a conferência da ONU, resolve falar de Lula e nomear vantagens que considera ter sobre seu adversário político.

Bolsonaro, simplesmente, enganou a todos.

Muitos achavam que as atrocidades cometidas por ele na campanha de 2018 seriam contidas quando eleito. Afirmou-se até que os militares ligados ao Palácio do Planalto o impediriam de continuar com seus arroubos. Entretanto, como bem disse o general Villas Bôas, Bolsonaro mostrou-se incontrolável, de forma que os militares é que foram domesticados por ele.

De fato, o atual presidente não se submete a qualquer forma de controle.

Outros estavam certos de que, como Bolsonaro considerava que não entendia nada de economia, deixaria Paulo Guedes livre para comandá-la, até porque se trata de um bolsonarista radicado. No entanto, isso não ocorreu. Pelo contrário, Guedes foi obrigado a realizar tarefas que iam de encontro a seus desejos, aceitar diversas ingerências, a exemplo da isenção dos militares da reforma da Previdência ou os buracos no teto de gastos com fins eleitorais.

E o pior: dizer que o Brasil está se recuperando melhor que os países europeus e os Estados Unidos, e que aqui nem mesmo existe fome. Pasmem!!!

A contrário sensu, é preciso lembrar que o Brasil é um dos maiores produtores de soja, milho, café, carne bovina, suína e de frango, mas esse governo, permite que a fome alcance índice estratosféricos e em escala ascendente. É chocante e grave, pois são seres humanos que não tem o que comer.

Não é demais lembrar também, que Bolsonaro atingiu povos indígenas, com seus decretos e a permissividade com invasores e garimpeiros ilegais, tema constrangedor na ONU e no mundo em geral.

Enfim, o imbrochável, com sua “conversa de churrascaria”, e com discurso de fazer inveja a qualquer Odorico Paraguassu ou ditador de república bananeira, faz as mesmas coisas querendo obter o mesmo resultado de 2018. Mas esqueceu que o mundo mudou.

João Pessoa, outubro de 2022.