A histórica e encantadora cidade de Cajazeiras, considerada um dos polos de educação e cultura do nosso estado, sempre cultuou o futebol em suas escolas, bairros e clubes amadores locais. A sua tradicional praça esportiva foi por décadas o Estádio Higino Pires Ferreira, campo que testemunhou e foi partícipe de acirradas competições amadoras, do surgimento do futebol profissional, da presença de Garrincha e da primeira disputa de competição do campeonato profissional, ocorrida em 1974, pelo saudoso Botafogo de Cajazeiras.
Naquele antigo estádio cajazeirense surgiram grandes jogadores de futebol, em especial aquele que viria a ser escolhido como o melhor atleta da região de todos os tempos, o atacante Perpétuo Correia Lima, popularmente conhecido por “Perpétuo” e falecido prematuramente.
Na década de oitenta do século passado, os desportistas daquela cidade consagrada pelo Padre Rolim conseguiram a realização de um sonho antigo e necessário para o futebol daquele município sertanejo, a construção de um estádio de futebol a altura da nova realidade desportiva local.
E foi através de um enorme esforço dos abnegados desportistas e políticos locais que a ideia foi abraçada pelo também sertanejo e ocupante de plantão do Palácio da Redenção o governador Wilson Leite Braga.
A prefeitura municipal ficou encarregada da doação do terreno, o governo do estado da construção, e a construtora Enarq do planejamento e execução técnica da moderna e necessária praça de esportes.
Inicialmente, o estádio foi chamado de Wilsão, uma forma de agradecer ao governador, mas posteriormente o campo foi acertadamente batizado como “Perpétuo Correia Lima”, o Perpetão, como carinhosamente ficou conhecido. Foi a maneira que se encontrou de agradecer ao craque, in memoriam, pelo muito que fez para divulgar o futebol local.
E quando foi no dia 04 de novembro de 1984, mesmo o estádio ainda não concluído totalmente, as equipes do Botafogo e do Auto Esporte fizeram a partida de inauguração com a presença das autoridades e o ponta pé inicial dado pelo governador Wilson Leite Braga. Esse Botauto foi vencido pelo alvinegro, pelo placar de 4 x 2, a renda somou cinco mil e dez cruzeiros novos, de um público pagante de 2999 torcedores. O árbitro patoense Mário Coutinho teve o privilégio de ser escalado para apitar o jogo, tendo o atleta Aroldo, do Auto Esporte, anotado o primeiro gol do estádio.
Quase uma década depois, modernas torres de iluminação foram instaladas e o campo passou a ter jogos noturnos. No dia 24 de janeiro de 2007, em partida válida pelo campeonato paraibano de futebol, envolvendo o Atlético Cajazeirense de Desportos e o Treze Futebol Clube, houve a primeira transmissão ao vivo naquela praça de esportes, pela TV Correio Record, com a participação dos cronistas Ivan Nunes, narrador; Adenilson Maia, comentarista e Murib Macedo e Gilberto Lira, repórteres de pista.
Posteriormente, aquela praça de esportes foi ampliada e reformada, aumentado a sua capacidade e conforto para receber as equipes, os cronistas e, principalmente, os torcedores.
A nossa querida e estimada Cajazeiras, que já possui título de campeão paraibano conquistado pelo Atlético Cajazeirense de Desportos e que recentemente inaugurou o seu museu do futebol, tem tudo para crescer e se tornar uma potência no futebol tabajarino.
Quem quiser conhecer a fundo a história do futebol daquela cidade, do surgimento aos dias atuais, basta adquirir o livro “História do Futebol de Cajazeiras” do professor Reudesman Lopes Ferreira, uma obra que disseca a matéria com riquezas e minúcias de detalhes.