Di Lorenzo Serpa destaca o ex jogador Simplicio

 


Ele nasceu na belíssima e então pacata cidade de Campina Grande – celeiro de grandes jogadores de futebol de nosso estado – precisamente no dia sete de março de 1943, e os seus pais o registraram como Simplício Clemente de Souza Filho, o popular “Simplício”.
Ainda muito jovem Simplício passou a integrar a famosa e tradicional Raposinha, categoria de base do Campinense Clube, onde se destacou e em 1965 já era o volante daquela equipe respeitada e temida que, em 1966 conquistaria ineditamente o hexa-campeonato paraibano de profissionais.
Aquele volante aguerrido que se posicionava dentro de campo com bastante sabedoria e objetividade, distribuindo a bola com maestria e precisão aos seus companheiros, tinha uma peculiaridade extraordinária na hora de chutar em gol. Seus chutes eram fortes e certeiros, passando a ser artilheiro nos clubes em que atuou e comparado ao então garoto do parque, o inigualável Roberto Rivelino; seu chute chegava a desenvolver uma velocidade média de 170 km\h.
Naquela época, a Paraíba toda conhecia de cor e salteado aquela escalação que conquistou o hexa composta por Dudinha, Janca, Zé Lima, Ticarlos, Galvani, Simplício, Tonho Zeca e Zezinho Ibiapino, Paulinho, Zé Ireno e Debinha.
O nosso homenageado honrou e suou a camisa rubro-negra até o final do ano de 1968, quando foi transferido para reforçar o Botafogo Futebol Clube e ser Bi-campeão, em 1969, pelo alvinegro da capital. A sua rápida e vitoriosa passagem no Botafogo, em muito marcou o torcedor do clube. Poucos dias antes da festa das faixas da conquista do “Belo”, o histórico jogo contra o Santos de Pelé e companhia, Simplício foi negociado para o Ferroviário Atlético Clube do Ceará.
O nosso Rivelino, coincidentemente também cultuava um bigode, foi ídolo e um dos goleadores da equipe cearense até o ano de 1974, tendo conquistado o título estadual de 1970. Em um dos campeonatos daquele estado, Simplício chegou a marcar 18 gols, sendo um dos artilheiros daquela competição.
A maioria de seus gols, foram anotados em cobranças de falta ou pênalti, batidas com precisão e muita força. Ele foi peça fundamental na conquista do título cearense de 1970, pelo Ferroviário, que estava há quinze anos sem conquistar. Mais uma vez o seu chute forte e certeiro chamou a atenção da crônica esportiva, quando passou a ser apelidado de o “Canhão da Barra”, em referência ao local da sede do clube cearense.
Prematuramente, com apenas 27 anos de idade, o nosso Rivelino resolveu abandonar o futebol, decepcionado com a falta de profissionalismo, responsabilidade e palavra dos empresários e dirigentes de clube. Retornou para a Paraíba e concluiu o seu curso superior em Processamento de Dados na UFPB, onde posteriormente se aposentou como funcionário.
Os goleiros e os jogadores que ficavam na barreira se livraram daquele potente chute que estufava as redes com a decisão do nosso craque de encerrar a carreira, porém o torcedor e a imprensa lamentaram bastante a despedida dos gramados de um jogador técnico, artilheiro e que um dia teve o seu futebol pretendido por clubes da França, da Bélgica e do México.
Hoje, ao lado dos seus amados familiares, Simplício folheia com saudade os jornais da época e relembra com alegria de um tempo em que as equipes não possuíam o atual condicionamento físico, em compensação a bola era tratada com a devida intimidade, cumplicidade e requinte.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas ficou a certeza de que Simplício Clemente de Souza Filho, o popular “Simplício”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.

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