Você se lembra de Baltazar? Artigo de Fco Serpa

 

No ano em que o Brasil perdeu a copa do mundo para o Uruguai, dentro do Maracanã, nascia na cidade de Macaíba, no vizinho estado do Rio Grande do Norte, Baltazar Germano de Aguiar, o popular Baltazar. Desde cedo ele mostrou que possuía aptidão com a bola nos pés, e no ano de 1969 ele já fazia parte do plantel profissional do ABC Futebol Clube, equipe de grande tradição no nordeste.

Na equipe abecedária, Baltazar permaneceu até o ano de 1973, sendo campeão naquele estado pelo alvinegro por quatro vezes. Dessa época marcou muito o nosso homenageado a excursão que fez aos continentes europeu, africano e asiático, que durou mais de cem dias e com a disputa de vinte partidas; vencendo dez, empatando cinco e perdendo apenas cinco jogos. Nessa época, o nosso homenageado ainda jogava de atacante, precisamente de centroavante.

Ao sair do alvinegro, Baltazar jogou no Riachuelo, de Natal, no Central, de Caruarú, no Cosern, de Natal, nesse último foi campeão da taça cidade de Natal, ao lado do craque Valdeci Santana, que havia surgido no Botafogo da Paraíba.

Em 1974, para a nossa alegria e satisfação, Baltazar chegou para integrar a equipe do alvinegro da estrela vermelha, sendo bicampeão estadual, nos anos de 75 e 76; a sua colaboração nesses títulos foi fundamental.
Em 1977 e 78, já consagrado como excelente meio campista Baltazar foi mostrar as suas qualidades técnicas no esquadrão do Bahia, onde foi campeão estadual. Ao sair do tricolor baiano, ele voltou ao ABC, em 1979, depois foi para o CSA, das Alagoas, Ferroviário, de Fortaleza, finalmente ele foi reinar por nove anos consecutivos envergando a camisa alvirrubra do América de Natal, time que lhe proporcionou cinco títulos estaduais e aonde ele encerrou a sua vitoriosa carreira de jogador.

Ao pendurar as suas famosas e disputadas chuteiras, Baltazar iniciou a carreira de treinador, levando os seus conhecimentos para várias equipes, conseguindo em 1990, levar o América de Natal ao acesso à série C.
Mas, foi aqui na Paraíba, com a camisa do Botafogo, que Baltazar deu impulso a sua gloriosa carreira. Participou do jogo inaugural do estádio Almeidão, conquistou títulos e se firmou jogando no meio de campo. Corria muito, marcava bem, seu preparo físico era invejável, em frente dos zagueiros ele dominava e ditava o ritmo de jogo, lançava com precisão e batia pênaltis e faltas indefensáveis.

Aqui ele fez o gol do título de 1976, contra o Treze, nos últimos segundos daquela partida, onde o time de Campina Grande vencia por um tento a zero. Era jogo de loteria esportiva e o seu time jogava pelo empate, e ele empatou no apagar das luzes.

Foi vestindo a camisa do Botafogo da Paraíba, que a famosa Revista Placar fez uma brilhante matéria com ele assim intitulada: “Nem Falcão, nem Chicão, Baltazar na seleção”, assinada pelo saudoso e competente, Martins Neto.
Para nós, torcedores, cronistas e desportistas ficou a certeza de que o meio campista Baltazar Germano de Aguiar, o popular Baltazar, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas, na brilhante história do futebol paraibano.

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